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As Doutoras/II/XXI

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Personagens: OS MESMOS, MANOEL, MARIA e LUÍSA

LUÍSA (Entrando.) — O que é isto?

PRAXEDES — O que foi?

MARIA — Eulália?

EULÁLIA (Para Luísa.) — Oh! senhora, tire aquela seringa depravada da mão do patrão, ou arrumo a minha trouxa e vou-me embora.

DR. PEREIRA — Está bem; não te zangues.

LUÍSA (Ao Doutor Pereira.) — Acho pouco curial que o senhor queira estender até as fâmulas desta casa a aplicação das suas teorias microbianas quando sabe que as não aceito. (Pereira ri fu­rioso.) Venho de casa de um doente seu.

DR. PEREIRA — Está gracejando.

LUÍSA — De um doente seu. E vim correndo dar-lhe esta notícia, para dizer-lhe que, declarando-me ele que não depositava confiança no tratamento, discordei do seu diagnóstico e receitei.

DR. PEREIRA — E quem é esse doente?

LUÍSA — O filho do Salazar, da Rua do Hospício.

EULÁLIA — O chamado foi para a senhora! Eu ouvi no tele­fone. (Voltando-se para Maria.) E a patroa também ouviu!.

MARIA — Eu ouvi bem claro; Doutora Luísa Pereira.

DR. PEREIRA (Com raiva concentrada.) — Minha senhora! Eu disse-lhe que havia de dar-lhe uma lição. O que a senhora acaba de praticar é...

LUÍSA — Diga.

DR. PEREIRA — Não digo. Tenho ainda a generosidade de guardar para com o respeito que se deve ao seu sexo, atenções que a senhora não teve para com a profissão que exerce. Depois do ato que acaba de praticar é impossível a nossa vida juntos. Vou deixar esta casa.

LUÍSA — Uma separação! Aceito-a! Mas quero que ela seja completa.

MARIA — Meus filhos!

LUÍSA — Vou mandar chamar meu advogado. (Sai.) (Maria encosta-se à mesa.)