Cognac!...
Aspeto
Vem, meu Cognac, meu licor d’amores!...
É longo o sono teu dentro do frasco;
Do teu ardor a inspiração brotando
O cérebro incendeia!...
Da vida a insipidez gostoso adoças;
Mais val um trago teu que mil grandezas;
Suave distração — da vida esmalte,
Quem há que te não ame?
Tomado com o café em fresca tarde
Derramas tanto ardor pelas entranhas,
Que o já provecto renascer-lhe sente
Da mocidade o fogo!
Cognac! — inspirador de ledos sonhos,
Excitante licor — de amor ardente!
Uma tua garrafa e o Dom Quixote,
É passatempo amável!
Que poeta que sou com teu auxílio!
Somente um trago teu m’inspira um verso;
O copo cheio o mais sonoro canto;
Todo o frasco um poema!