Contos de Grimm/O velho sultão

Wikisource, a biblioteca livre


O velho sultão[editar]

m pastor tinha um cão muito fiel, chamado Sultão, que já estava muito velho, e havia perdido todos os dentes. E um dia, quando o pastor e a sua esposa estavam diante da casa, o pastor disse: "Vou matar o velho Sultão amanhã de manhã, porque ele não tem mais utilidade." Mas a sua esposa falou: "Pelo amor de Deus, deixe a pobre e fiel criatura viver, ele nos serviu durante tantos anos, e nós temos que oferecer a ele um jeito dele viver para o resto dos seus dias." "Mas o que poderemos fazer com ele?" disse o pastor, "ele não tem nem um dente na boca, e os ladrões nem se preocupam com ele mais, com certeza ele nos serviu muito, mas ele fazia isso para ganhar o seu sustento, amanhã será o último dia dele, e isso já está decidido.”

O pobre Sultão, que estava sentado perto deles, ouviu tudo o que o pastor e a sua esposa diziam um para o outro, e ficou muito assustado ao pensar que amanhã seria o seu último dia, então, à noite ele foi até o lobo, que era seu grande amigo, e que morava na floresta, e contou a ele todas as suas preocupações, e como o seu dono pretendia matá-lo na manhã seguinte. "Fique tranquilo," disse o lobo, "Eu vou lhe dar alguns bons conselhos. O seu dono, como você sabe, sai todas as manhãs bem cedinho com a esposa e vão para o campo, e eles costumam levar seu filhinho com eles, e o deixam atrás da sebe debaixo da sombra enquanto eles trabalham."

"Então, você deve ficar perto da criança, e fingir que a está vigiando, e eu vou sair da floresta e fugirei com ela, você deve correr atrás de mim o mais rápido que puder, então eu vou deixá-la cair, e você a levará de volta, e eles pensarão que você salvou a criança, e ficarão tão gratos a você que eles vão tomar conta de você enquanto viver." O cachorro achou que o plano era muito bom, e tudo ficou combinado. O lobo correu com a criança pelo caminho, o pastor e a sua esposa começaram a gritar, mas o Sultão logo o alcançou, e trouxe o pobrezinho de volta para o seu dono e a sua dona. Então, o pastor bateu levemente na sua cabeça, e disse: "O velho Sultão salvou a nossa criança do lobo, e portanto, ele viverá e nós tomaremos conta dele, e daremos muita comida para ele. Mulher, vá até lá em casa, e dê para ele um bom jantar, e deixe que ele durma na minha almofada velha enquanto ele viver." E então, desse dia em diante Sultão teve tudo o que sempre desejou.

Pouco depois, o lobo veio e lhe desejou felicidades, e disse: "Agora, meu bom amigo, você não precisa mais ficar contando histórias, apenas vire a cabeça para o outro lado quando eu quiser saborear uma das deliciosas e gordas ovelhas do velho pastor." "Não," disse o Sultão, "eu tenho que ser sincero para o meu dono." Todavia, o lobo achou que ele estava brincando, e uma noite ele se aproximou de uma deliciosa guloseima. Mas o Sultão tinha contado ao seu dono o que o lobo pretendia fazer, então o dono ficou esperando o lobo atrás da porta do celeiro, e quando o lobo estava distraído procurando uma ovelha bem gorda, ele levou uma porretada bem forte nas costas, que a sua crina ficou toda eriçada.

Então, o lobo ficou muito bravo, e chamou o Sultão de "velho trapaceiro" e jurou que ele se vingaria. Então, na manhã seguinte, o lobo mandou que o javali desafiasse o Sultão para que viesse até a floresta para resolver o problema. Agora, o Sultão não tinha ninguém para lhe apoiar, com exceção do gato com três pernas do velho pastor, então ele levou o gato consigo, e enquanto o coitadinho ia se lambendo com alguma dificuldade, o gato ia caminhando com a cauda levantada para o ar.

O lobo e o javali foram os primeiros a chegar, e quando eles espiaram os inimigos que estavam chegando, e viram a longa cauda do gato levantada no ar, eles acharam que ele estava carregando uma espada para o Sultão lutar, e cada vez que o gato de lambia, eles achavam que o gato estava pegando pedras para atirar neles, então eles disseram que eles não queriam mais esse tipo de luta, e o javali foi se esconder atrás de um arbusto, e o lobo pulou para cima de uma árvore. Sultão eo gato logo apareceram, e olharam ao redor e ficaram perguntando porque não havia ninguém ali.

O javali, todavia, não havia se escondido totalmente, pois as suas orelhas ficaram para fora do arbusto, e quando ele chacoalhou uma delas por um momento, o gato, vendo que algo estava se movendo, e pensando que fosse um rato, pulou em cima dele, e mordeu e arranhou, de modo que o javali saltou para fora e grunhia, e fugiu, e saiu gritando, "Olhe lá em cima da árvore, lá está o culpado." Então eles olharam para cima, e viram o lobo sentado no meio dos galhos, e eles o chamaram de "patife covarde", e não permitiram que ele descesse dali até que sentisse muita vergonha de si mesmo, e prometesse voltar a ser amigo do velho Sultão.



Referências externas[editar]