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Dicionário de Cultura Básica/Neruda

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NERUDA, Pablo (poeta chileno)

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Neftali Ricardo Reyes, dito Pablo, nasceu em Parral em 1904 e morreu em Santiago, em 1973. O maior poeta do Chile, Pablo Neruda ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, em 1971. Cônsul e Embaixador no exterior, Senador da República na sua pátria, foi um homem do mundo, engajado nas lutas políticas. Marxista, tornou-se a voz angustiada das revoluções socialistas dos povos latino-americanos. Exilado na Itália, esteve no Brasil, recitando seus poemas no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Sua produção poética começou aos vinte anos, com a publicação dos Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada. Em 1950, publicou sua obra mais conhecida: Canto Geral. Sua poesia é, toda ela, um canto de amor. Neruda via o sentimento amoroso como uma força cósmica que penetra nos seres e os engrandece:

"Escuta outras vozes em minha voz dorida...
Prantos de velhas bocas, sangue de velhas súplicas,
ama-me, companheira"

Ele soube ser, ao mesmo tempo, um poeta profundo e simples:

Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula
e termina com um ponto final.
No meio você coloca as idéias.

E o seu amor não é apenas humano, ele é natural, envolvendo também o mundo vegetal:

"Quero fazer contigo
o que faz a primavera às cerejeiras".

A fama do poeta chileno aumentou com o romance biográfico de Antonio Skármeta, cuja versão cinematográfica, com o mesmo nome, O Carteiro e o Poeta, se tornou um sucesso de bilheteria.