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Erro (1864)

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(Redirecionado de Erro (1902))

Vous
Qui des combats du coeur n'aimez que la victoire
Et qui revëz d'amour, comrae on rève de glore,
L'oeil fier et non voilé des pleurs
George Farcy.


Erro é teu. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na phantasia
E não chega ao coração;
Nem foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indifferente,
Em tua presença vivo,

Nullo se estavas ausente.
E se ora me vês esquivo,
Se, como outr'ora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que, — como obra de um dia,
Passou-me essa phantasia.

Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frivolas chimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pendula gelada
Quo chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Sahio contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A gloria de me arrastar
Ao teu carro... Vãs chimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...