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Fé (1864)

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     As orações dos homens
Subam eternamente aos teus ouvidos;
Eternamente aos teus ouvidos soem
     Os canticos da terra.
     No turvo mar da vida,
Onde aos parceis do crime a alma naufraga,
A derradeira bussola nos seja,
     Senhor, tua palavra.

     A melhor segurança
Da nossa intima paz, Senhor, é esta;
Esta a luz que ha de abrir á estancia eterna
     O fulgido caminho.

     Ah! feliz o que pode,
No extremo adeus ás cousas deste mundo,
Quando a alma, despida de vaidade,
     Vê quanto vale a terra;

     Quando das glorias frias
Que o tempo dá e o mesmo tempo some,
Despida já, — os olhos moribundos
     Volta ás eternas glorias;

     Feliz o que nos labios,
No coração, na mente põe teu nome,
E só por elle cuida entrar cantando
     No seio do infinito.