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Fausto (traduzido por Agostinho de Ornelas)/XIII

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Um caramanchão
 
(Margarida salta dentro, esconde-se detraz da porta,
põe o dedo nos beiços e espreita pela fenda.)
 
MARGARIDA

Elle ahi vem.

 
FAUSTO (chega.)

Másinha, p'ra que fazes
Negaças ? Olha que eu...

 

(Beija-a.)

 
MARGARIDA
(Apertando-o nos braços e tornando o beijo )

Como te quero
Do coração, oh homem da minh'alma.

 
MEPHISTOPHELES (bate.)
 
FAUSTO (batendo o pé.)

Quem é?

 
MEPHISTOPHELES

Amigo.

 
FAUSTO

Animal.

 
MEPHISTOPHELES

É tempo
De nos irmos embora.

 
MARTHA

Sim é tarde,
Meu senhor.

 
FAUSTO

Poderei acompanhar-vos ?

 
MARGARIDA

A mãe era capaz... A Deus.

 
FAUSTO

Forçoso
É pois que parta? A Deus.

 
MARTHA

A Deus.

 
MARGARIDA

Té vêrmo-nos.

 
(Fausto e Mephistopheles sáem.)
 
MARGARIDA

Oh santo Deus, o que pensar não ha de
Este homem de mim? Toda acanhada
Diante delle estou e a tudo digo
Sempre que sim. Sou uma pobre tonta,
O que lhe agrada em mim não adivinho.