Flores do Mal/Sisina

Wikisource, a biblioteca livre
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa

LX

Sisina


Imaginae Diana, em trajos deslumbrantes,
Batendo na floresta as moitas de espinheiros;
Ao vento o colo nu e as tranças luxuriantes,
Soberba, a desafiar os melhor’s cavaleiros!

¿Não vistes Théroigne, ébria pela carnagem,
Excitando ao assalto a canalha brutal,
Febril, no seu papel de grande personagem,
A invadir, sabre em punho, o palácio real?

A Sisina é assim, mas a gentil trigueira
É tambem caridosa, assim como é guerreira;
Não obstante a embriaguez do campo da batalha,

Ouvindo suplicar, seréna por encanto,
E o seu peito assolado, enternecido, espalha
Sobre o ente infeliz o bálsamo do pranto.