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Formosuras do inverno! Ao sol das duas horas

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Formosuras do inverno! Ao sol das duas horas
A aérea multidão de fadas quebradiças,
Gentis apparições dos bailes e das missas,
Desliza no fulgor das pompas seductoras.

No arfar da cazimira ha frases tentadoras
E maciezas taes nas languidas pelliças,
Que as tristes commoções, decrepitas, mortiças,
Resurgem do lethargo ó pallidas senhoras!

E muitos hão de ter uns extasis divinos
Ouvindo soluçar, á noite, aos violinos,
A vaga introducção d'uma balada aerea;

Em quanto, do futuro, ao toque da alvorada,
Se escuta, a martellar na sua barricada,
Sinistra rota e fria, a livida Miseria.