História da Mitologia/XVII

Wikisource, a biblioteca livre
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa

Capítulo XVI[editar]

O Velocino de Ouro[editar]

Jasão e os Argonautas desembarcam em Cólquida, no Cáucaso
ilustração de Charles de La Fosse (1636–1716).

Há muitos e muitos anos atrás viviam na Tessália um rei e uma rainha chamados Atamante e Nefele. Eles tiveram dois filhos, um menino e uma menina. Passado certo tempo, Atamante começou a sentir indiferença por sua esposa, a repudiou, e teve uma outra mulher. Nefele sentiu que seus filhos corriam perigo com a influência da madrasta, e tomou providências para que se livrassem dela. Mercúrio a auxiliou, e deu a ela um carneiro com um velocino de ouro, onde ela colocou as duas crianças, confiando que o carneiro encontraria para eles um lugar seguro. O carneiro saltou no ar com as crianças nas costas, e tomou seu rumo para o Oriente, até o ponto em que, cruzando o estreito que divide a Europa da Ásia, a garota, cujo nome era Hele, caiu das costas do carneiro no mar, e esse local, por causa dela, passou a ser conhecido como Helesponto, -- atual Dardanelos.

O carneiro continuou seu curso até que chegou ao reino de Cólquida, na costa oriental do Mar Negro, onde deixou o menino Frixo, são e salvo, que foi gentilmente recebido por Eetes, rei daquele país. Frixo sacrificou o carneiro em homenagem a Júpiter, e presenteou o velocino de ouro para Eetes, que o colocou numa gruta sagrada, aos cuidados de um dragão que nunca dormia. Havia também um outro reino na Tessália, perto do de Atamante, e que era governado por um parente dele. O rei Esão, sentindo-se entediado das rédeas do governo, entregou a coroa ao seu irmão Pélias sob a condição que ele deveria mantê-lo somente durante a menoridade de Jasão, filho de Esão.

Quando Jasão cresceu e veio exigir a coroa de seu tio, Pélias fingiu que desejava entregar a coroa, mas, ao mesmo tempo, sugeriu ao jovem a gloriosa aventura de partir em busca do Velocino de Ouro, que ele bem sabia que estava no reino de Cólquida, e era, como Pélias costuma dizer, propriedade legítima da família. Jasão ficou contente com a sugestão, e para isso fez todos os preparativos para a expedição. Naquela época as únicas formas de navegação conhecida pelos gregos eram os barcos ou canoas feitas dos troncos de árvores, de modo que, quando Jasão pediu a Argos para que ele lhe construísse um navio com capacidade para cinquenta tripulantes, isso foi considerado uma obra colossal.

E assim foi feito, todavia, e o navio foi batizado com o nome de "Argo," seu construtor. Jasão mandou convidar todos os jovens aventureiros da Grécia, e lá estava ele no comando de um grupo de jovens valorosos, muitos dos quais, posteriormente, se tornaram renomados entre os herois e semi-deuses da Grécia. Hércules, Teseu, Orfeu, e Nestor estavam entre eles. Eles eram chamados de Argonautas, tirado do nome do navio. O "Argo" com a sua tripulação de herois partiu da costa da Tessália e ao tocar a ilha de Lemnos, daí partiu para a Mísia, e de Mísia para a Trácia.

Aqui eles encontraram o sábio Fineu, e dele receberam instruções para a viagem que seguiriam. Parece que a entrada do mar Euxino estava obstruída por duas pequenas ilhas rochosas, que flutuavam na superfície, e devido aos movimentos das ondas, ocasionalmente elas se juntavam, esmagando e moendo a fragmentos qualquer objeto que ficasse preso entre elas. Elas eram chamadas de Simplégades, ou Ilhas da Colisão. Fineu ensinou os Argonautas como eles deveriam atravessar este perigoso estreito. Quando eles chegaram às ilhas, eles soltaram uma pomba, que passou por entre os rochedos, atravessando com segurança, perdendo apenas algumas penas da cauda.

Jasão e sua tripulação tiraram vantagem do melhor momento do recuo entre as ilhas, empunharam seus remos com todo vigor, e atravessaram com segurança, embora a ilha tivesse se fechado bem detrás deles, tendo arranhado a parte da popa do barco. Eles então, remaram pelo litoral até que chegaram na extremidade oriental daquele mar, e desembarcando no reino de Cólquida. Jasão mandou mensageiros para o rei de Cólquida, Eetes, que concordou em devolver o Velocino de Ouro se Jasão concordasse que dois touros cuspidores de fogo, com patas de bronze, realizassem o trabalho do arado, e semeasse os dentes de dragão que Cadmo havia matado, e do qual todos sabiam que uma colheita de homens armados iria brotar, os quais voltariam suas armas contra aqueles que os semearam.

Jasão aceitou as condições, e uma hora foi marcada para a realização dos experimentos. Antecipadamente, contudo, ele encontrou meios de apresentar sua causa para Medeia, filha do rei. Ele prometeu que se casaria com ela, e quando eles estavam diante do altar de Hécate, invocaram a deusa para o testemunho do juramento. Medeia concordou, e com a ajuda dela, pois ela era uma feiticeira poderosa, Jasão foi dotado de um encanto, por meio do qual ele poderia se proteger com segurança da chama dos touros cuspidores de fogo e das armas da produção de guerreiros. Na hora marcada, as pessoas se reuniram no Bosque de Marte, e o rei assumiu seu trono real, enquanto a multidão protegia as encostas.

Os touros de patas de bronze avançaram, soltando fogos das narinas, que queimavam a relva quando passavam. O ruído era parecido com o troar de uma fornalha, e a fumaça era como da água quando jogada sobre a cal viva. Jasão avançou corajosamente para encontrar-se com eles. Seus amigos, os heróis preferidos da Grécia, tremiam ao contemplá-lo. Apesar do bafo flamejante, ele acalmou com suas palavras o ódio dos animais, fazendo carinho em seus pescoços com mãos corajosas, e habilmente colocou o jugo sobre eles, obrigando-os a arar a terra. Os habitantes de Cólquida estavam exultantes; os gregos gritavam de alegria.

Jasão, em seguida, passou a semear os dentes de dragões, arando logo depois.

E assim que surgiu a colheita de homens armados, e, oh, como é delicioso relatar esta história! mal tinham eles surgido na superfície e já começaram a brandir suas armas e avançaram contra Jasão. Os gregos tremiam pelo seu herói, e até mesmo aquela que ensinou a ele as formas de segurança, e as maneiras de se proteger, a própria Medeia, ficou pálida de medo. Jasão, durante algum tempo, manteve os atacantes acuados com a sua espada e o seu escudo, até que, devido ao número excessivo deles, teve de recorrer ao encanto que Medeia lhe havia ensinado, pegando uma pedra e atirando-a no meio de seus inimigos. Eles imediatamente viraram suas armas uns contra os outros, e logo não havia nenhum ficado vivo do grupo dos dragões.

Os gregos abraçaram o heroi, e Medeia, caso pudesse ousar, o teria abraçado também. Faltava adormecer o dragão, que vigiava o velocino, e isso foi conseguido espirrando sobre ele algumas gotas de um preparado que Medeia havia fornecido. Ao sentir o cheiro, o animal relaxou a sua fúria, ficou imóvel por alguns momentos, e depois cerrou seus grandes olhos redondos, que se sabia jamais ter sido fechado antes, e virando-se de lado, caiu em profundo sono. Jasão pegou o velocino e acompanhado de seus amigos e Medeia, apressou-se em chegar ao navio antes que Eetes o rei pudesse impedir-lhes a partida, e fizeram a melhor viagem de retorno à Tessália, onde chegaram salvos, e Jasão entregou o velocino a Pélias, e dedicou o "Argo" a Netuno.

O que aconteceu com o velocino depois, não temos conhecimento, mas talvez tenham achado no final das contas, a maneira de outros prêmios dourados, não ter valido o esforço e o custo de conquistá-lo. Esta é apenas uma das histórias mitológicas, diz um escritor recentemente, em que há razão para acreditar que existe um substrato de verdade, embora sobrecarregado por uma massa de ficção. Talvez esta tenha sido a primeira expedição marítima importante, e como as primeiras tentativas desse tipo de todas as nações, pelo que conhecemos da história, talvez tenha até certo ponto alguns toques de pirataria.

Se o resultado foi os ricos despojos, com certeza foi o bastante para dar origem à lenda do Velocino de Ouro. Uma outra sugestão de um sábio mitologista, Jacob Bryant (1715–1804)[1], é de que esta seja uma tradição corrompida da história de Noé e de sua arca. o nome "Argo" parece confirmar este fato, e o incidente da pomba é uma outra confirmação. Pope, em sua "Ode ao Dia de Santa Cecília," assim celebra o lançamento do navio "Argo," e o poder da música de Orfeu, a quem ele chama de trácio:

"Então, quando o primeiro e corajoso barco enfrentou os mares,
No alto da popa, o trácio aumentou a tensão
Enquanto Argo observa as árvores, de onde surgiu
Descendo o Pelião[2] até o continente.
Semideuses viajantes se aglomeravam,
E homens comuns se tornavam heróis."

No poema “O Velocino” de George Dyer (1755–1841)[3] há um relato sobre o navio "Argo" e sua tripulação, que oferece uma imagem pitoresca sobre esta aventura marítima e primitiva:

"Vindos de todas as regiões do litoral do Egeu
Reunem-se os herois; os gêmeos ilustres
Castor e Pólux; Orfeu, o bardo cantador;
Enquanto, Zetes e Calais, tão velozes quanto o vento;
Hercules o invencível e outros líderes renomados.
Avançam para a profunda costa litorânea,
Com armaduras reluzentes, ávidos de combate;
E logo, a corda do loureiro e a pedra imensa
São içadas até o convés, alçando as âncoras;
Cuja quilha de comprimento majestoso,
A hábil mão de Argos moldou a orgulhosa tentativa;
E na quilha estendida um mastro gigante
É levantado, e as velas inflam por completo;
Objetos não usuais para os líderes.
E agora enfrentam pela primeira vez
O ousado avanço sobre as ondas do oceano,
Conduzido por estrelas douradas, as Chiron's art
Como a arte de Quíron havia assinalado a esfera celestial," etc.

Hercules deixou a expedição em Mísia, porque Hilas, um jovem amado por ele, que, tendo ido buscar água, foi dominado e aprisionado pelas ninfas da fonte, que ficaram fascinadas pela sua beleza.

Hercules foi em busca do jovem, e enquanto ele esteve ausente, o "Argo" se pôs ao mar, deixando-o. Thomas Moore (1779-1852), em uma de suas canções, faz uma bela alusão a este incidente:

"Quando Hilas foi mandado com seu cântaro para buscar água,
Atravessando campos iluminados e com o coração jovial,
A luz iluminava o garoto pelos prados e montanhas,
Que se esqueceu da tarefa por causa das flores do caminho.
"Assim, muitos como eu, que na juventude experimentaram
A fonte que corre pelo sudário da filosofia,
Desperdiçando seu tempo com as flores, sentado nas margens,
Deixaram seu cântaro tão vazio quanto o meu."

Medeia e Esão[editar]

Medeia ressuscita Esão.
ilustração de Nicolas-André Monsiau (1754–1837).

Entre as alegrias pela reconquista do Velocino de Ouro, Jasão sentiu que uma coisa estava faltando, a presença de Esão, seu pai, que estava impedido de participar por causa de sua idade e por motivos de doença.

Jasão disse para Medeia, "Minha esposa, desejaria que tuas artes, cujos poderes se mostraram tão poderosos no tocante a mim, pudessem me prestar mais um serviço, tirando alguns anos da minha vida e acrescentando-os à vida de meu pai." Medeia respondeu, "Não por um custo tão alto isso será feito, porém, se a minha arte me for propícia, a vida dele será prolongada sem a necessidade de abreviar a tua." Na próxima lua cheia ela saiu sozinha, quando todas as criaturas dormiam; nem uma brisa soprava a folhagem, e o silêncio era completo. Dirigiu seus encantamentos para as estrelas, e para a lua; à Hécate,[4]a deusa do submundo, e a Telo a deusa da Terra, que através de seus poderes produz plantas fortíssimas para o encantamento. Ela invocou os deuses das florestas e das cavernas, das montanhas e dos vales, dos lagos e dos rios, dos ventos e dos vapores.

Enquanto ela falava, as estrelas brilhavam mais intensamente, e nesse instante, uma carruagem vindo do espaço, puxada por serpentes voadoras. Ela subiu na carruagem, e voando alto viajou para regiões distantes, onde cresciam plantas poderosas que ela sabia como escolher para seus propósitos. Nove noites foram necessários para sua busca, e durante esse período não voltou para o interior de seu palácio nem debaixo de qualquer teto, e evitou qualquer contato com os mortais.

Em seguida, ela erigiu dois altares, o primeiro para Hécate, o outro para Hebe, a deusa da juventude, e sacrificou uma ovelha negra, espalhando libações de leite e vinho.

Ela implorou a Plutão e a sua noiva raptada para que eles não tivessem pressa em tirar a vida do velhinho. Então, ela ordenou que Esão fosse trazido até ela, e fazendo-o cair em sono profundo através de um encanto, fê-lo deitar num leito de ervas, como um morto. Jasão e todos os outros foram mantidos afastados do local, para que olhos profanos não pudessem contemplar seus mistérios. E com os cabelos soltos, deu três voltas em torno dos altares, mergulhando em sua corrente sanguínea ramos flamejantes, e deixando-os ali para queimar. Enquanto isso, o caldeirão com seu conteúdo tinha sido preparado.

Dentro dele ela colocou as ervas mágicas, com sementes e flores de um suco picante, pedras do extremo oriente, e areia da praia de todo oceano ao redor; alva geada, colhia ao luar, cabeça e asas de uma coruja barulhenta, e as entranhas de um lobo. Ela adicionou fragmentos de cascos de tartarugas, e o fígado de um veado, -- animais resistentes à vida, -- e a cabeça e o bico de um corvo, que ultrapassa nove gerações dos humanos.

Tudo isso com muitas outras coisas "cujos nomes são desconhecidos", ela cozinhou junto para o trabalho em questão, agitando sempre com um galho seco de oliveira; e de repente! o galho ao ser retirado ficou verde instantaneamente, e pouco depois ficou coberto de folhas e grande quantidade de frutos tenros; e, enquanto o caldo fervia e borbulhava, e algumas vezes transbordava, a relva, adquiria o verdor semelhante ao da primavera, sempre que os borrifos espirravam. Vendo que tudo estava pronto, Medeia cortou a garganta do velho e removeu todo o seu sangue, e derramou em sua boca e em seus ferimentos os sucos do seu caldeirão.

Assim que o velho sorveu completamente o suco, seus cabelos e barba cobertos de brancura, assumiram a cor negra da mocidade; a palidez e a magreza desapareceram por completo; suas veias se encheram de sangue, e seus membros de vigor e resistência. Esão ficou encantado consigo mesmo, e se lembra de que da maneira como se encontra agora, ele está em seus dias de juventude, há quarenta anos atrás.

Medeia usou aqui seus poderes para uma finalidade louvável, porém, não foi assim em outra circunstância, quando ela os utilizou como instrumento de vingança. Pélias, como nossos leitores devem se lembrar, era o tio usurpador de Jasão, e que se apoderara de seu reino. No entanto, ele deve ter tido algumas boas qualidades, pois suas filhas o amavam, e quando elas viram o que Medeia havia feito por Esão, elas desejaram que ela fizesse o mesmo pelo pai delas. Medeia fingiu concordar, e preparou as suas poções como fizera antes. A seu pedido foi trazido um carneiro velho que foi mergulhado no caldeirão.

Não demorou muito e ouviu-se um berro dentro da caldeira, e quando a tampa foi removida, um cordeiro saltou de dentro e correu brincando pelos campos. As filhas de Pélia, encantadas, assistiam ao experimento, e combinaram uma hora para que o pai delas fosse submetido ao mesmo tratamento. Mas Medeia preparou um caldeirão para ele de maneira muito diferente. Ela colocou somente água e algumas ervas comuns. À noite, ela com as irmãs entraram no dormitório do velho rei, enquanto ele e seus guardas dormiam profundamente sob a influência de uma magia feita pela própria Medeia.

As filhas ficaram ao lado da cama com suas armas fora da bainha, mas hesitaram em usá-las, até que Medeia censurou-lhes a irresolução. Então, elas viram o rosto, e desferindo golpes ao acaso, elas o feriram com suas armas. Ele, acordando de repente, gritou, "Minhas filhas, o que vocês estão fazendo? Estão matando o pai de vocês?" Elas perderam a coragem e suas armas caíram de suas mãos, porém, Medeia desferiu nele o golpe fatal, impedindo-o de falar para sempre.

Então, elas o colocaram no caldeirão, e Medeia se apressou em partir em sua carruagem puxada por serpentes, antes que sua deslealdade fosse descoberta, pois a vingança das filhas seria terrível. Ela fugiu, todavia, teve poucas alegrias com os frutos do seu crime. Jasão, por quem ela tinha feito tantas coisas, e desejando casar com Creusa, princesa de Corinto, repudiou Medeia. Ela, furiosa com a sua ingratidão, invocou os deuses da vingança, enviando um vestido envenenado como presente para a noiva, e depois matou seus próprios filhos, e incendiou o palácio, subiu em sua carruagem puxada por serpentes e fugiu para Atenas, onde ela casou com o rei Egeu, pai de Teseu, e vamos encontrá-la novamente quando ficarmos sabendo das aventuras daquele heroi.

Os encantamentos de Medeia irão recordar o leitor das bruxas de "Macbeth." Os versos seguintes são aqueles que mais contundentemente recordam o modelo antigo:

Medeia
ilustração de Eugène Delacroix (1798–1863).
"Rodai em torno do caldeirão; 
Lançai as entranhas peçonhentas. 
Um pedaço de serpente do pântano 
Ferva e cozinho dentro do caldeirão; 
Olhos de salamandra e pés de sapo, 
Penugem de morcego e língua de cão, 
Dentes de víbora e ferrão de Licranço, 
Pernas de lagarto e asas de coruja: 
Bucho do voraz tubarão de água salgada, 
Raiz de cicuta retirada durante a noite," etc


--Macbeth, Ato IV, Cena 1

E também:

Macbeth.—Que estais fazendo?

Bruxas,--Coisas que não se podem dizer o nome.

Há uma outra história sobre Medeia quase revoltante demais mesmo para o relato de uma feiticeira, uma classe de pessoas a quem tanto os poetas antigos como os modernos se habituaram a atribuir todos os tipos de atrocidades. Durante a sua fuga de Cólquida ela havia levado consigo seu irmão caçula Absirto. Ao perceber a aproximação dos navios de Eetes, que estavam em perseguição aos Argonautas, deixou que o jovem fosse morto e seus membros fossem atirados ao mar. Eetes, ao chegar no local, encontrou os vestígios que assinalavam o assassinato de seu filho; porém, enquanto ele estava recolhendo os fragmentos dispersos para oferecer a ele um sepultamento honroso, os Argonautas escaparam.

Nos poemas de Campbell poderemos encontrar uma tradução de um dos refrões da tragédia de "Medeia," onde o poeta Eurípides tirou vantagem desse momento para prestar um brilhante tributo a Atenas, sua terra natal. Começando deste jeito:

"Oh rainha desvairada! para Atenas diriges
Tua carruagem reluzente, impregnada com sangue familiar;
Ou procuras ocultar teu infame parricídio
Onde a paz e a justiça habitarão para sempre?"

Links Externos[editar]

Notas e Referências do Tradutor[editar]

  1. Jacob Bryant (1715–1804) foi um erudito e mitógrafo britânico.
  2. Pelião: nome de um maciço montanhoso situado na Tessália.
  3. George Dyer (1755–1841) foi um poeta clássico e escritor prolífico britânico.
  4. Hécate era uma divindade misteriosa, algumas vezes identificada como Diana e algumas vezes como Prosérpina. Como Diana representa o esplendor lunar da noite, então, Hécate representa a escuridão e o terror. Ela era a deusa da bruxaria e da feitiçaria, e acreditava-se que ela vagava de noite pela Terra, sendo vista somente pelos cães, cujos latidos denunciavam a sua aproximação.