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Lágrimas Abençoadas/IV/XIII

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Alvaro da Silveira hospedou-se em casa do capellão. As suas horas eram repartidas conforme o programma da prioreza. Frei Antonio já não ousava confiar em si, e suffocava sempre a alegria do coração que exultava com a rehabilitação de Alvaro.

Maria, porém, acreditava-o, e a prelada tambem. Alvaro parecia feliz com ellas, feliz com o padre, feliz com a leitura em que empregava o tempo livre.

Ninguem lhe falava no seu passado, nem elle proferia palavra que despertasse recordações. Tambem não falava no futuro, e, se Maria vaticinava delicias na pobreza, o melancolico moço revelava um soffrimento doloroso como a vergonha ou como o remorso.

O passadio de Alvaro era superior ás posses do egresso. Um dia perguntou elle se a capellania consentia tanto. Frei Antonio respondeu que podia muito o trabalho de Maria. Alvaro chorou, ergueu-se da mesa, e exclamou:

—Estou punido, meu Deus!