Livro da ensinança de bem cavalgar toda sella/Capitulo IIII-VII

←Capitulo IIII-VI

Livro da ensinança de bem cavalgar toda sella - Parte IIII. Capitullo VII. Como per razõ es homeẽ sõ sẽ receo.
por Duarte de Portugal

Capitulo IIII-VIII→

Informações desta edição

ver • editar Informações sobre esta edição
Título	Livro da ensinança de bem cavalgar toda sella
Autor	Duarte de Portugal
Referência da disponibilização	DUARTE, D. Livro da ensinança de bem cavalgar toda sella. Lisboa: Typographia Rollandiana, 1843. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bem_cavalgar.djvu>. Acesso em: 30 jan. 2010. A fonte apresentada é a fonte pela qual foi obtida a obra disponibilizada.
Nível de progresso
Permissão	Todas as obras escritas por autores portugueses falecidos até 31 de dezembro de 1945 se encontram em domínio público nos Estados Unidos, independentemente de quando foram publicadas, inclusive obras póstumas já publicadas e ainda não publicadas. Além disso, essas obras estão também em domínio público no Brasil, em Portugal e nos demais países onde os direitos autorais expiram após 70 anos da morte do autor. (detalhes) Public domainPublic domainfalsefalse

Capitullo VII.
Como per razõ es homeẽ sõ sẽ receo.

Alguũs homeẽ som sẽ receo em algũ cousas, per lhas mostrar sua razõ, que nom he bẽ deo auerẽ. Porem dizẽ que as alymarias per natureza se regem, e os boos homeẽs per razom, e aquesto nom se faz atodos, por que os menos se gouernam per ordenãça della, e os mais per odeseio dauõotade, e fazem esta defferẽça, huũs por auerem nas cousas, tam curto saber q̃ bom conhecem oque he bem, e mal, ou por auõotade seer tam ryia q̃ cega toda arraaom, ou aforça ajuda que de todo cegar nom pode E outros que boos som se regem sempre per ella, e aquestes muytas uezes deuem fazer oque nom querem, e leixar de cõprir quanto deseiã, segundo seu boo e dereito entender lhes julgar, e sem lecença della nom deuẽ obrar, assy» como fazẽ os moços bem ẽssinados, q̃ sem outorgaroẽto de seus syos, cousa nom começã E os que trazem tal custume, nom he duuyda, q̃ na quellas cousas q̃ elles uyrẽ que he bẽ de nom aner receo que nõ percam dellas grande parte, ajnda queo aiã por aazo de cadahuã das outras partes ia scriptas. Eporẽ he boo saberẽ os caualleiros e scudeiros, quanto he auãteiada esta manha de caualgar, por nom recearẽ dea prouar, e custumar, por tal q̃ percalcẽ obem q̃ se della pode seguir E leixẽ amyngua q̃ pera elles be nom assaberẽ, deuem esforçar auõotade pera husar, e nom leixar squeecer desque forẽ entrando nos dias , por q̃ aos mais aos homẽes uem receo de correr, e caualgar em bestas fazedores Esse arrazom lhe nom acorre detodo perderõ amayor parte do custume. E quãto mais leixarẽ, tãto mayor receo aueram, e peor caualgarã como ia he dicto. Mas conhecendo cadahuũ omal que se pode dello seguir, deue assy forçsr auõotade, q̃ aia sẽpre tal husãça e atreiymẽto, qual deu entender lhe mostra q̃ deue auer Por q̃ assy como os mais dos mocos, menos temẽ as queedas, do q̃ he bem, assy os homẽes decada uez, mais as receam q̃ deuẽ. E assy como elles, mais cõpre consselho q̃ se receẽ, e temperadamente pera alguũs logares corrã Assy despois q̃ os dias carregã, cõuem per razõ filhar esforço e custume q̃ nõ sa couardem.