Capitullo quynto.
comosse pode gaanhar e mostrar esta segurança.
Ditas e declaradas estas cousas per quesse mostra ofallycimẽto da segurança, se pode bem conhecer como ella se deue gaanhar, manteer, e mostrar, por que guardandonos do que he cõtrairo gaanharemos aquella parte q̃ auer quisermos, e ponho desto exempro. Se alguũ se conhece delia mynguado por medo, uergonha, ou empacho que aia decaualgar, reguarde aquellas cousas suso scriptas por que declarey que muytos perdem orreceo, e façaaes assy como por mym he scripto E bem creo que gaanhara tanta segurança que pera este feito razoadamẽte lhe abastara Eleixãdo todallas outras, sollamente aia husãça ẽ boas bestas, e geitosas segundo apessoa for, e uera conhecidamente
que recebera grande melhoria E do q̃ eo disse de toruar, empacho, e trigança, e poer mayor femença do que deue, conhaçasse cadahuũ se erra per alguã destas partes Ca se bem nom conhecer seu fallicimento, em esto nem outra cousa, nũca se bem pode emendar Esse syr que erra por trigança, el afaça por huũ tẽpo tam deuagar, que lhe pareça que as faz mais uagarosamẽte que deue E assy em nas outras, onde sẽtir huũ fallicimẽto, huse tante por ocontrairo que lhe pareça huũ pouco sobeio. Por que regra geeral ne, q̃ asay como se faz, querendo alguũ paao, ou uara torta endereitar, otorcem aaparte contraira, que per esta guisa deuemos fazer, se conhecermos que nom guardamos ẽ alguã uirtode omeyo e nos derribamos acada huũ dos cabos ẽ quea erro, q̃ assy cedo como bem podermos nos deuemos lançar por alguũ tẽpo aoutra parte, em tal guisa q̃ per custume da quel, e desauezamento da outra q̃ primeiramẽte seguyamos, nossa razõ possa conhecer, e ocoraçom possuyr aquelle dereito stado q̃ naquella uirtude deuemos auer. E quando alguã cousa de cauallo quisermos fazer, se onosso coraçom por seer ẽ ello mujto seguro nom se quer proueer do q̃ lhe compre O desejo denossa saude, e proueito nom cõssente tam sobeia segurança, eo faz proueer detodo aquello q̃ lhe he necessario E assy quando este deseio me requere que ponha sobeia deligencia em me guardar dos perigoos que me podem acontecer, ocoraçom nom me cossyntira q̃ ofaça, sentindo que por ello me podem prasmar. E antre estes dous contrairos, e debates que em cada huũ denos mujtaa se fazem, oboo entender julga oque dereitamẽte auemos seguyr, nom satisfazendo detodo aassobeia segurança, que ocoraçom quer mostrar, nem ao proueito deq̃ odeseio se quer proueer. E conhecendo dhuã parte que pois auemos razom q̃ per ella todos nossos feitos deuem seer regidos e nõ leixar as cousas sobre uentuira. E da outra conhecendo, cam pouco he nosso saber epoder, e
como toda cousa guarda, por muyto oue nos auisemos, na maão do senhor, princypalmente he. Aueremos esta temperãça nõ duuydarmos defazer todallas cousas, que anosso, stado , ydade, e desposiçõ perteẽce, segundo as fazem nossos semelhantes, que por boos som conhecidos, sabendo que oprincipal carrego de nos guardar he daquelle q̃ cada huũ dia deperigoos sem conto nos guarda. E nos porẽ nom desẽparando ahusãça da razom, nos auisaremos detodo oque bem podermos, nõ auendo em nos oprincipal esforço, mes em deos, nem leixando por ello defazer oque deuemos em todallas cousas ajnda que perigosas seiã, quando tẽpo razoadamente nollo demanda Eper aquestes exẽpros suso scriptos me parece que he declarado como os homeẽs per boo entender podẽ auer , e mostrar sua boa segurãça por conhecerem seus fallicimẽtos Esse esforçarem quanto em elles for, e acustamarem cõtynuadamẽte asseguyr aquelle boo geito q̃ uerdadeiramẽte entenderem q̃ em cadahuã cousa deuem teer.