Lucinda
Aspeto
Ergue a frente, lírio,
Ergue a branca frente!
O astro do delírio
Já surgiu no oriente.
Vês, o sol ardente
Lá caiu no mar;
A frente pendente
Ergue a respirar!
Alvo é o luar,
Teu alvor não cresta;
A hora de gozar,
De viver é esta.
Longa foi a sesta,
Longo o teu dormir;
Ergue a branca testa,
Tempo é de surgir!
Já se abre a sorrir
Tua boca linda...
Despertar, sentir
Ou sonhar é ainda?
Sonho que não finda
Será o teu sonhar,
Se a dormir, Lucinda,
Te sentes amar.