Mare Vitae

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A David de Persicano

— Remar! remar! — E a embarcação ligeira
Foi deslizando, como um sonho da água.
De pé, na proa, era a gonfaloneira
— Remar! remar! — a minha própria Mágoa.

E esmaia, logo, uma ilusão. E afago-a
Ao som de fogo de canção guerreira,
Vai deslizando como um sonho da água
— Remar! remar! a embarcação ligeira.

Mas uma voz de súbito. Gemendo,
Sob o silêncio côncavo dos astros
Quem canta assim de amor? Eu não compreendo...

E oh! Morte — eu disse — esta canção me aterra:
Dá-me que tremam palpitando os mastros
Ao som vermelho da canção de guerra.