Saltar para o conteúdo

Memórias de um pobre diabo/Primeira Parte - Capítulo 7

Wikisource, a biblioteca livre
O irmão de meu pai não faltava quando promettia.

Era seu dizer de todos os dias que o cumprimento devia andar nas ancas do prometter, (ditado da maior embirração dos ministros).

Prometteu-lhe no domingo, cumprio na segunda.

Sahia-me eu lepido com a artinha debaixo do braço.

— Aonde vamos? pergunta.

— A aula; respondo.

— Não senhor, não é a aula, vamos para o arsenal de marinha... marche...

— Eu juro ao tio... gaguejei, esfregando os olhos com as costas da mão, de ora em diante estudar, como se fosse um boi...

Tinham-me contado que se os bois fossem homens seriam grandes letrados.

— Para boi caminha vossê, replica elle, que para bezerro não lhe falta nada.

Já estavamos no meio da rua. E a mulher do Sr. Onofre na janella.

Nem de caso pensado, meu tio foi em direitura. Eu tinha desejado o contrario... n'aquelle dia bastava eu desejar, para succeder ás avessas, fosse o que fosse.