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Não sei a causa

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Não sei da causa. Oh! tanto gelo
E tanta névoa por sobre mim,
Que dizes brilha no meu cabelo
E que, no rosto, me brilha assim.

Se bebo em vaso de marmor preto
O vinho negro da minha dor,
E arde no fogo do meu soneto
A ovelha branca da minha dor.

Choro se penso no teu afeto
Na alta doçura de teu amor,
Rio, se ao peso do mal secreto
Encurva as asas a minha dor...