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O Brasil Anedótico/CCCXLIII

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Melo de Morais Filho — "Artistas do meu tempo", pág. 182.

De origem cigana, Laurindo Rabelo tinha de ser, e era, fatalista. Semanas antes da sua morte, era comum ouvi-lo dizer, com profunda convicção:

— Deixarei de existir no dia e mês em que morreu meu pai.

E assim sucedeu, efetivamente. No dia em que tinha de fechar os olhos, pediu que chamassem um padre, pois desejava receber a extrema unção. Este compareceu, e o poeta, sabendo-o no compartimento anexo, abraçou a esposa, pedindo-lhe:

— Lê para mim a oração dos agonizantes.

E após a leitura, afagando-a:

— É bom que eu morra primeiro, para te ensinar como se morre...