O Brasil Anedótico/CCCXXXIII

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A. J. de Araújo Pinho — "O Barão de Cotegipe no Rio da Prata", pág. 8.

O Barão de Cotegipe, com a sua preciência política, foi, pode-se dizer, o piloto avisado da marcha da monarquia. Pelos acontecimentos de que era testemunha, previa aqueles que se avizinhavam. Pelo vôo das gaivotas conhecia a aproximação da tormenta.

Em maio de 1888, comentando a abolição, previu que, dentro de pouco tempo, se iniciaria para o país uma fase revolucionária, a qual traria a nação convulsionada por muito tempo. E como alguns colegas, sorrissem, voltou-se para eles, exclamando, em tom profético:

Se eu me engano, lavrem na minha sepultura este epitáfio: "O chamado no século Barão de Cotegipe, João Maurício Wanderley, era um visionário"!