O Brasil Anedótico/CCXLV
Aspeto
Humberto de Campos — Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras, maio de 1920.
Entre as figuras de relevo que serviam de alvo habitual à sátira impiedosa de Emílio de Menezes, estava Capistrano de Abreu, historiador ilustre, sábio respeitadíssimo, em torno do qual se criara uma glosadíssima lenda de desleixo, de abandono próprio, e, mesmo, de falta de higiene. Utilizando esta versão popular, contava o poeta:
— Uma vez o Capistrano mandou à tinturaria, para ser lavado, um terno com que andava há doze anos. Uma semana depois, aparece-lhe à porta um empregado da tinturaria, e entrega-lhe um embrulho pequenino, que lhe cabia na mão.
E como lhe perguntavam o que seria, Emílio concluía, invariável:
— Eram os botões, menino!