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Olhos sublimes, onde os Anjos cantam salmos

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Per istam Sanctam Unctionem, et suam piissimam misericordiam, indulgeat tibi Dominus quidquid peccasti per visum, per auditum, per odoratum, per gustum, per tactum, per incessum...



Olhos sublimes, onde os Anjos cantam salmos
Longe do resplendor das paixões transitórias:
E vós, conchas do Amor de Deus, ouvidos almos,
Que nada ouvistes a não ser hinos e glórias:

Lábios em oração, dolentemente calmos,
Que repetistes sempre as Sagradas Memórias:
Vós, brancas mãos, que já tínheis medido os palmos

Da cova incerta, vós, brancas mãos incorpóreas:
Pés doloridos, pés de arminho, acostumados
A caminhar por sobre o chão dos cemitérios
E de pisar no mundo impuro fatigados:

Lábios pungentes, mãos e pés, olhos e ouvidos,
Quietos e frios para sempre entre mistérios,
Por toda a eternidade eternamente ungidos!