Atravessando quasi tres seculos, passando por successivas épocas de organisação e de desordem, illeso no largo periodo m onarchico, no poriodo republicano, o brasão d’armas da cidade, adoptado nos primeiros tempos coloniaes pelo senado municipal, foi mantido por todos os governos até hoje.
Com a evolução do Estado e na phase actual, o escudo é mais uma reliquia do passado do que um brasão d’armas. Os desenhos e pinturas, de reproducção em reproducção, conservaram até o presente a peça primitiva, com todos os respectivos emblemas, mas a tradição não a descreve, nem explica os pensamentos que presidiram a sua feitura.
D'este modo o archaico escudo é também um enigma que se offerece ao historiador e ao archeologo.
Compõe-se o brasão d'armas de um grande escudo esquartelado, tendo na parte superior dois braços, symetricamente dispostos, um sustentando um cesto com fructas; n'esta parte ha duas inscripções latinas: Vereat æternum, por baixo do cesto com flores: Futius latent em egual posição com referencia ao cesto com fructas.
A parte superior esquerda ostenta em fundo de prata um sol retrogado, com a inscripção: «Rectior cum retrogradus.»
Na linha inferior, á direita, ha um castello de prata, em campo azul, cingido á roda das ameias por um collar de pedraria, do qual pende um escudo de oiro com as quinas portuguezas; á esquerda, em verdejante campina, um boi e uma mula miram o sol retrogrado.
Por cima déstes animaes lê-se: «Nequaquam minima est.»
As inscripções latinas, que deveriam ser a base da