Página:Émile Faguet - L'Art de lire.djvu/2

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ergo em vez de ego, e ex templo em vez de extemplo. Faria diferença. Essa mania lhes veio de um excelente hábito, que é ler devagar, que é desconfiar do primeiro sentido que veem nas coisas, que é não desistir, que é não ter preguiça de ler. Diz-se que, no texto de Pascal sobre o ciron, vendo o manuscrito, Cousin leu:"...no recinto deste abismo encurtado. E ele admirou! Ele admirou! Havia: «dentro dos limites deste atalho atômico », o que faz sentido. Primo, levado por seu entusiasmo romântico, não se perguntou se "atalho para o abismo" tinha um. Não se deve ser preguiçoso durante a leitura, mesmo lírico.

Sem pressa. A pressa é apenas outra forma de preguiça. Nossos pais diziam: “ler os dedos”. Significava folhear, de modo que, afinal, os dedos tinham mais trabalho a fazer do que os olhos. “O senhor Beyle leu muito com os dedos, ou seja, escaneou muito mais do que leu e sempre se deparou com o lugar essencial e curioso do livro. Não se deve pensar muito mal desse método que é o de homens que são, como Beyle, colecionadores de ideias. Só que esse método tira todo o prazer da leitura e o substitui pelo da caça. Se você quer ser um leitor amador e não um caçador, o oposto desse método deve ser o seu. você não precisa