Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/328

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casa era-lhe de todo indiferente, como se fosse hóspeda. O marido não a compelia a interessar-se nesses arranjos de que, dizia o Simeão, ela nunca quisera saber em Prazins. O barão do Rabaçal mandara-lhe do Porto cozinheira e governanta. Marta saía raras vezes de uma saleta onde tinha um oratório que trouxera de casa. Confessavase mensalmente a Frei Roque, o irmão da sua mestra, e professor do de Vilalva, e demorava-se no confessionário com perguntas desvairadas a respeito da alma de José Dias, porque dizia ela ao padre-mestre que o via muitas vezes em corpo e alma, e até o ouvia falar e lhe sentia as mãos no seu corpo. O frade, sem revelar o sigilo da confissão, dizia à irmã que a Marta dava em doida como a mãe.

O Feliciano ficou espavorido quando a mulher, num dos paroxismos epilépticos, se pôs a rir para ele com os olhos espasmódicos e a chamar-lhe José, seu Josezinho. Passada a nevrose, quando ela imergia num torpor físico e mental, o marido contou-lhe o caso de lhe chamar Josezinho. Ela parecia esforçar-se muito para recordar-