Página:A Carne.djvu/275

Wikisource, a biblioteca livre
a carne
261

zam-n-o á casa do tronco. Eu já lá vou. Levem o bacalhau e uma salmoura forte.

— Que é que sinhô vai fazer comigo? inquiriu rapido Joaquim Cambinda.

— Você vai vêr.

— Sinhô, Joaquim Cambinda nunca apanhou de bacalhau...

— Vai apanhar agora; será então a primeira vez.

Operou-se uma revolução medonha em Joaquim Cambinda. Atirou ele para longe de si a coberta esfarrapada, endireitou o busto derreado, ergueu a cabeça, cerrou os punhos e encarou o coronel. Scintillavam-lhe os olhos, os beiços arregaçados deixavam vêr os dentes.

— Ah! você quer saber, eu digo: fui eu mesmo que matei Maria Bugra.

— E por que a matou você?

— Porque ella comia o meu dinheiro, e me enganava com a crioulada nova.