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Página:A Dança do Destino - Lutegarda Guimarães de Caires (1913).pdf/112

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Collecção Antonio Maria Pereira

áquele sitio, para saber o resultado da estranha revolução do balsedo.

Apenas lá cheguei, ouvi uma vozinha minha conhecida, que me falou afavelmente:

― Adeus, minha senhora!

Olhei, era o meu amavel gafanhoto, o meu informador da outra vez.

― Ai, é o senhor? mas então ainda aqui está? resolveu-se afinal a ficar com as suas convicções, não é verdade?

Êle meneou a cabeça com tristeza.

― Não minha senhora, transigi, corri a alistar-me entre os vencedores, mas chamaram-me cousas feias, nomes aboticados, riram-se de mim, e eu tive de retirar-me vexado e corrido, porque a revolução foi feita só para êles.

― O que?! então a revolução foi só para êles? exagera!...

― E' como lhe digo.

— Ah! mas isso então está mau!

— Fale baixo, minha senhora: olhe que se a ouvem, póde ser presa.

— Desatei a rir com a lembrança do gafanhoto. Êle caiu em si, compreendendo o equivoco e desculpou-se.

— Quer V. Ex.a vêl-os e ouvil-os? — acrescentou — olhe nesta direcção.

Olhei e vi, numa clareira aberta no tojo, numerosas fiádas de grilos, com raras excepções um ou outro gafanhoto de permeio, constituindo uma assembléa.