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Página:A Dança do Destino - Lutegarda Guimarães de Caires (1913).pdf/119

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A dança do destino
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― O regimen não... os que o não sabem conduzir... porque a verdade, é que a floresta é a patria de nós todos, e o bem d'ela seria o nosso tambem. Mas que vejo eu? As paixões a chocarem-se com tal impetuosidade, que nos vão despedaçando indistintamente.

― Exagera, porque ao menos, os seus antagonistas politicos devem estar felizes.

Aqui, teve o meu interlocutor um risinho sceptico, replicando energicamente:

― Como se engana ainda, minha senhora! Quantos, e até mesmo alguns que fizeram a revolução, têm de partir tambem! E esses, sem terem as nossas azas, vão-se arrastando por terras desconhecidas a procurar a hospitalidade e o pão que seus irmãos lhe negam... Ainda mais infelizes do que nós, porque levam a desolação dos seus ideaes mortos!...

― Adeus, minha senhora, adeus para sempre!

E là se foi o meu adoravel gafanhoto...

Pelo caminho muitos outros encontrei que voavam em demanda das regiões longinquas.

E por esses jardins fóra, tufos de miosotis balouçavam nas suas ástes delicadas a ideal e purissima flor azul, que murmurava docemente:

― Não me esqueças!... não me esqueças!...