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Página:A Dança do Destino - Lutegarda Guimarães de Caires (1913).pdf/25

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A dança do destino
19

suportar o fumo, e as notas cahiriam em montes aos pés da querida mulherzinha, que já não estaria doente mas sim mais linda e fresca do que outr'ora, porque o conforto e a opulencia haviam de operar esse milagre.

E emquanto estas ideias lhe esfuziavam na mente escandecida, jogava, jogava loucamente, pondo montes de dinheiro sobre os numeros, sem mesmo contar.

 
VIII
 

Agora perdia, mas que importava, tinha ali tanto, tanto!...

A sorte era d'êle. Havia de voltar.

Já agora tinha de recuperar o que havia perdido, não se iria embora sem levar o dinheiro todo..

Ah! bem via a sorte a fazer-lhe negaças! queria experimentar-lhe a coragem... E éle havia de desistir estupidamente, levar tão ponco, quando já tinha possuido tanto? Isso era o que os banqueiros queriam! Mas n'essa é que êle não cahia!

Já procurava nas algibeiras.

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Arrepios percorriam-lhe as costas. Que significava aquilo? era impossivel que tivesse perdido assim!

Tê-lo-iam roubado? Ele bem tinha visto, quando a sorte estava no seu auge, que alguns vizinhos lhe