– Não me esqueço...
– Se não te esqueces, dize a verdade: Argemiro não fala com essa mulher?
– À minha vista, não, senhora...
– Julgas que se falem?...
A baronesa parou, envergonhada. O negro começou:
– Anteontem, mal o patrão saiu, eu entrei devagarinho na sala de visitas e vi d. Alice espiando, para o ver, por detrás da cortina... Outra vez entrei no escritório e ela estava encostada no cofre...
– No cofre! É bom verificar sempre se o teu patrão se esquece de fechar o cofre...
– Não era com o sentido no cofre, não, senhora; ela tinha tirado da parede o retrato de d. Maria e estava olhando de perto para ele!...
– Que sacrilégio! com o retrato de minha filha nas mãos!
– Já por duas ou três vezes eu pilhei-a assim... parece que ela tem inveja... ou ciúme...
– Por que não contou isso ao seu patrão?
– Deus me livre! Seu doutor parece que está enfeitiçado... não admite que a gente diga nada. Também, ela pode fazer o que quiser! Desde que aquela senhora entrou lá em casa, não fui mais senhor de arrumar uma camisa do patrão nas gavetas, nem de mexer nos seus papéis. Eu tenho de levar o tabuleiro da roupa para perto da cômoda e é ela quem ajeita