A casa do dr. Pedrosa era uma das mais antigas da rua Senador Vergueiro. À sua fachada, de velho estilo português, a vaidade do dono mandara adicionar uma cimalha, que encobria as telhas aldeãs com os seus floreados medalhões de estuque e dois torreões laterais, ligados ao corpo central por passadiços envidraçados, de caixilhos miúdos. Dentro de um vasto jardim, fechado por gradil prateado, essa residência ficava meio encoberta da rua por dois misericordiosos tamarineiros, altos e frondosíssimos.
Num dos torreões fazia o senhor ministro o seu gabinete de trabalho. O outro, todo esteirado e guarnecido de caquemonos, era chamado em casa o “pavilhão japonês”, e destinado a Sinhá, que aí recebia as amigas e pintava as suas tímidas aquarelas.