este tato de educadora, tão raro? Ela conhece as plantas dos jardins e ensina os nomes das nossas árvores; sabe de cor as casas de caridade e chama para elas a simpatia das crianças, interessando-as ao mesmo tempo pela grande família dos infelizes... Sujeita-se a exercer um lugar suspeito, aceitando todas as condições que lhe impõem e revela uma sensibilidade rara em todos os atos em que a podemos apreciar... Será ela na verdade a mulher perigosa, não pelo que calcula e inventa, mas pelo que merece? Não será prudente encobrir, tanto quanto possível, essa feição singular do seu caráter ao Argemiro?... Glória não repetirá ao pai as palavras que me disse, fica-lhe no coração o sentido, mas a memória não as guardará com a mesma fidelidade... Eu serei mudo... Convém ser mudo. Ele quer guardar a sua independência... e nem percebe que já está cativo! Diz que não. É sincero quando o diz... Entretanto, só se alegra quando entra em casa... já não olha com o mesmo olhar saudoso para o retrato de Maria. Se a governanta sai, estando ele em casa, logo se aborrece. É esquisito. Não a ouve... não a vê, mas sente-a! Como acabará tudo, se ela não for o que parece?... Há almas tão complicadas, tão indecifráveis! A desta mulher assusta-me...
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