– Aí está: lendo, tocando, enramando vassouras ou fazendo outro qualquer trabalho, eles estão sempre entretidos. É uma casa santa, aquela em que puseste hoje os teus pés. Guarda na memória a lembrança desse passeio, que te servirá de conforto quando ouvires mais tarde falar mal dos homens... Se não houvesse bondade, ninguém iria ao encontro da miséria, nem protegeria os fracos...
– Foram as palavras de d. Alice, quando saímos de lá...
– Ah, ela disse isto mesmo?
– Tal e qual...
– É extraordinário!... que mais te disse?
– Que todos nós devemos conhecer as casas em que se pratica o bem na nossa terra, para as bendizermos e conduzir até a sua porta os necessitados de seu socorro... Disse que o Rio de Janeiro é uma cidade generosa e que nós todos devemos fortificá-la no empenho de agasalhar os infelizes.
– Ela tem razão!
– Quando eu lhe disse que os cegos já não me pareciam desgraçados, ela mostrou-me o mar... o céu... os morros... os barquinhos de vela... e perguntou-me depois se eu não teria pena de não ver tudo aquilo.
“É o exemplo vivo, a comoção aproveitada para o exemplo moral...” – pensou o padre. “Quem teria inoculado naquela mulher esta delicadeza,