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Página:A Intrusa.djvu/277

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nesta ocasião, tanto mais que já temias qualquer incidente desagradável...

– Não consinto! Ah, eu é que não consinto; e o dono da casa sou eu! Por que sai a d. Alice? Não sabes?... Eu imagino: picuinhas... alfinetadas... tanto a aborreceram, tanto a azedaram, tanto a mordiscaram, que ela não pôde mais! Era o que eu temia, lá longe! Parece que estava adivinhando. Um inferno. Ora o que me esperava! E agora? Dize-me: e agora?!

– Arranja-se outra...

– Estás tolo! Outra! A facilidade com que se dizem asneiras... Nem tu pensas no que estás dizendo. Conheço-te bem; sei qual é a tua opinião a respeito dela... Eu é que fui um asno, um idiota; não devia ter consentido na vinda de minha sogra para casa. Foi ela que escangalhou a minha felicidade com as suas bobagens de velha tonta. Disseste bem, fiz mal em fugir. Fugi por pusilanimidade... pelo eterno prazer do sossego e do bem-estar. Fresco bem-estar, o dos hotéis! E agora, hein?! arranja-se outra! ora, que resposta! Se há outra como aquela!

– Tu nem a conheces...

– Nunca a vi, mas conheço-a, adivinhei-a; abstraí da personalidade. Ela é o meu conforto; a minha segurança, a minha felicidade. Agora explica-me tudo: que lhe fizeram?

– Não sei, filho; mas creio que nada.