torne a casar; o que é a melhor prova a favor das mulheres... Ora, o seu coração por que há de ser mais insensível que os dos outros? Um segundo casamento é ainda uma homenagem ao primeiro... Só procuramos repetir os atos que nos trazem felicidade...
– Será assim, mas o meu coração é pequeno para as saudades que tenho. Está todo ocupado pela minha morta...
Sinhá levou o lenço ao rosto e uma nuvem de Bouton d’or adejou pela feia sala do escritório. Argemiro percebeu o movimento e deliciou-se com o aroma. Que significaria aquele gesto? Colheria o lenço uma lágrima ou disfarçaria um sorriso? Seria ele realmente amado por aquela criança, ou simplesmente preferido por aquelas mulheres como um marido de posição? Deveria ter pena, ou deveria ter nojo?
Ah! a pobre Sinhá talvez não tivesse culpa; quem era odiosa era a mãe, que assim o vinha provocar no lugar do seu trabalho arrastando pelos degraus carunchosos daquela casa de homens, a sua filha solteira, apenas saída do colégio! Mas a verdade era que o olhar da pequena perturbava-o, mais pela sua expressão, que pela sua fixidez. Obedeceria ela à sugestão da mãe, ou agiria a mãe em obediência a uma súplica da flha? Argemiro, apesar de lisonjeado na sua vaidade de homem, começou a desejar a saída das duas senhoras; mas a