Desde que fora entregue aos avós, era a primeira vez que Maria da Glória dormia fora de casa. A baronesa morria de impaciência por vê-la voltar; à tristeza da ausência juntava-se um cuidado que a punha doente. Que teria sucedido à sua netinha, longe do seu carinho e da sua vigilância? Se ela chegasse com febre! Que idéia maldita a de tirarem a criança dali, para a meterem na cidade, por uma noite inteira!
Mas a Maria chegou alegre. Saltou do carro sobraçando um grande embrulho de pastéis.
A baronesa estendeu-lhe os braços, com os olhos luzindo de alegria.
– Vem, meu amor! Eu estava com tantas saudades! Coitadinha...
– Coitadinha por quê, vovó?! Eu estou boa. Gostei muito!
– Ah, gostaste muito... Então não tiveste saudades minhas...