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No meio dessa semana o Feliciano foi, a mandado de Argemiro, levar uma carta à chácara dos velhos.

Glória corria pela chácara; o barão lia sob o alpendre e a baronesa, a seu lado, cerzia meias, sossegadamente. O negro, todo emproado e bem vestido, entregou a carta à velha, que foi a mais pronta em estender a mão.

– Então, Feliciano, como vai tudo por lá?

O negro sorriu, meneou a cabeça e calou-se.

– Que temos? – indagou o barão.

– Uma carta do Argemiro; pede-me que não me esqueça de mandar Maria no sábado!

– Pois lá a levarei.

– Não pode ser. Vou no domingo com ela à Tijuca; já está isso decidido.

– Tijuca! Que idéia é essa?

– É uma idéia como outra qualquer! Estou sempre como os caracóis metida em casa, e quando falo em sair lá vem tudo abaixo!

– Estimo que saias; mas que diabo! Vai noutro dia à Tijuca e deixa a pequena ir ver o pai no sábado, como se combinou.

– Há muitos sábados; neste ela não poderá ir. Ele que venha jantar conosco no domingo. Eu vou jantar à Tijuca com a minha neta e voltarei às quatro horas para casa. É uma promessa.

– O Argemiro pode ficar sentido...