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NARIZINHO ARREBITADO
 
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tuação. E foi que no melhor da batalha surgiu inesperadamente da cozinha uma bruxa de panno, armada de um espeto de assar lombo de porco.

— Emilia!... gritou Narizinho, que desde o caso do sapo, no dia da chegada, esquecera completamente a sua querida boneca.

Emilia, em fraldas de camisa, avançou para o Escorpião e zás! zás! fura-lhe os dois olhos num relance. O monstro dá tamanho urro que o palacio estremece, e depois rebola-se no chão espumando de colera e dôr. Hurrah! Estava ganha a batalha, graças ao espeto da estranha creatura em fraldas de camisa.

— Quem é? quem é? interrogavam de todos os lados os bichinhos numa grande curiosidade de saber quem era a exotica heroina. Narizinho saltou do throno e veiu para ella de braços abertos.

— Perdôa, boa Emilia, ter-me esquecido de ti ! Mas deixa estar que pedirei ao principe que te faça condessa desta côrte — e abraçou-a, chorando. Em seguida dirigiu-se ao principe e beijou-lhe as mãos em agradecimento por haver arriscado a sua preciosa vida por amor della. Foi uma scena commovente. Mas, apesar da gravidade do momento, a barata invejosa espiou si o grillinho verde não estava perto e disse ao ouvido da besoura:

— Vae ver que isto ainda acaba em casamento...

E suspirou. Coitada! Eram ciumes. Apesar de velha e feia essa