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Página:A Moreninha.djvu/165

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bem cruel também em fazê-la murchar de inveja, tendo-a defronte de seu formoso semblante.

— Pela minha vida, meu caro senhor! Nunca vi pedir uma rosa com tanta graça: quer servir-se dela?

— Seria a mais apetecível glória...

— Pois aqui a tem... Querido primo, nada de ciúmes.

E Fabrício, recebendo o belo presente, em vez de olhar para a mão que o dava, atentava em êxtase o rosto moreno e o sorrir malicioso de d. Carolina. Ao momento de se encontrar a mão que dava e a que recebia, Fabrício sentiu que lhe apertavam os dedos; seu primeiro pensamento foi acreditar que era amado, mas logo se lhe apagou esse raio de vaidade, pois que ele retirou vivamente a mão, exclamando involuntariamente:

— Ai! Feri-me!...

Era que a travessa lhe havia apertado os dedos contra os espinhos da rosa. Mas a flor tinha caído na relva: Fabrício,já menos desconcertado, a levantou com presteza; e encarando a irmã de Filipe, disse-lhe em tom meio vingativo:

— Foi um combate sanguinolento, mas ganhei o prêmio da vitória!