Página:A Morte da Águia (1910).pdf/56

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«Astros ardendo no zenith,
Tal como o abismo, o Céu, o livre espaço,
Nossos desejos nunca tem limite;
Desprezamos a órbita traçada:
Aí — o ar mais livre é-nos escasso
E a trégua por mais dôce é-nos pesada!
E a cada passo
Desejos mais profundos
Erguem-se em nós gritantes d'ansiedade,
Consumindo na chama novos mundos,
Indo até onde vai a Tempestade!»

«Que tumultuôso e arrebatado anseio!...
Em nós toda a vontade satisfeita
Tem um sabôr amargo...
Trazemos a rugir dentro do seio
Duma contínua fúria insatisfeita
O coração raivôso do Mar largo!»

«Se a fome e a sêde toda se levanta,
A onda dos desejos nos inunda
Em haustos tam aflitos,