Página:A Morte da Águia (1910).pdf/57

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Que vem do coração para a garganta,
E é tam profunda
Que nos sufoca os gritos!»

«É tanta, é tanta, que não cabe em nós,
E dentro do mar íntimo, disperso
Cada onda emotiva ganha voz
E anseia a Vida plena do Universo.»

«Para além, para além...
Ó cumes solitários,
Sômos as vossas sentinelas,
É este o nosso toque de clarim;
Andamos pelo Azul como os corsários:
Abrir as asas é soltar as velas
Pelo Mar-fóra, pelo Céu sem fim.»

«Para além, para além, fúria do imenso,
Fogo que nos abrasas...!
Raiam auroras de desejo intenso
Vibram heroicas tubas de alegria
Quando abrimos as asas
Na luz do Sol, ao ar das ventania!»