de 1868, redigido este ultimo no pouso defronte da foz do rio Vermelho,
e constam do relatorio da Agricultura, bem como do Jornal do Commercio
de 14 de Agosto do mesmo anno.
Installou-se a officina em pleno sertão, armou-se o vapor, — calcule-se com que labor. Couto lá foi em pessôa inaugurar a navegaçtão do Araguaya. Nos citados officios descreve elle com eloquencia o seu enthusiasmo e satisfacção ao ver aquelle primeiro agente da industria e do commercio acordando o gigantesco rio e as magnificas regiões vizinhas do somno em que as trazia o deserto.
A 28 de Maio, depois da benção do navio, eífectuou-se a inauguração solemne, em presença do Presidente de Goyaz e outros altos funccionarios. Couto mandou gravar num rochedo da grande cachoeira ahi existente e em lingua tupy, a falada pelos canoeiros, a seguinte inscripção:
«Sob os auspícios do Sr. D. Pedro II, passou um vapor da bacia do Prata para a do Amazonas, e veiu chamar á civilisação e ao commercio os esplendidos sertões do Araguaya, com mais de 20 tribus selvagens, no anno de 1868.»
Percorreu o vapor 35 leguas do rio. Tencionava Couto explorar por si próprio todo o Araguaya e seus principaes affluentes. Não lh′o consentiram os trabalhos da guerra paraguaya, a que, simultaneamente com estes, se applicava. Seu principal objectivo, promovendo então a navegação do Araguaya e do Tocantins, fôra mandar vir do Pará, por via fluvial, as munições que o inimigo impedia subissem pelo rio Paraguay. Cogitou até o Governo em enviar dessa maneira monitores que, desmontados no trajecto por terra, atacassem inopinadamente as forças de Lopes pelas costas.
É fóra de duvida que a Couto de Magalhães compete a honrosa primazia de ter iniciado a navegação a vapor no plateau central da America do Sul.» (*)
Numerosíssimos e importantes são os affluentes do Amazonas.
Destacaremos entre estes: Madeira, com 3.240 kilometros
de curso; Purús, 3.000; Tapajoz, 1.992; Xingú, 1.980;
Juruá 1.980; Japurá, 1.848; Negro, 1.551; Içá 1.452;
Jutahy, 1.056; Teffé, 990; Javari, 660; Coari, 594.
(*) AFFONSO CELSO. Revista do Archivo Publico Mineiro. Anno III, fasciculo III.