vezes dentro mesmo da vasta hahia de Todos os Santos,
outras — tora da barra, em pleno Oceano.
Uma vez avistado o peixe, que se annuncia por uma poderosa rabanada, que faz vir á tona seu negro dorso, ou por forte esguicho de agua que lança ao ar, os pescadores fazem-se ao mar a todo o panno, nas respectivas baleeiras.
Quando se encontram em posição apropriada, o homem do arpão, de pé, na proa, atira com toda a segurança o afiado instrumento sobre a baleia, que, ferida, parte numa carreira impetuosa, arrastando vertiginosamente a baleeira pelo extenso e grosso cabo que se prende ao arpão.
Neste momento, os corajosos pescadores fazem descer a grande vela da embarcação e deixam-se conduzir pela baleia, até que esta, cançada e sentindo as cruciantes dores da ferida, vae pouco a pouco perdendo as forças, emquanto seus adversários, aproveitando os momentos, vão colhendo a corda para trazel-a junto á embarcação.
Morta a baleia, um dos tripolantes — o moço d′armas — mergulha e vae amarral-a a muitas braças de profundidade, onde, geralmente, se vê cercado de immensos e vorazes tubarões attrahidos pelo sangue; e presa então á borda da baleeira, é conduzida para o contracio, como se denomina o logar destinado á desinancha.
Tratando do grande cetáceo, não podemos deixar de fazer uma referencia á sua notável e proverbial dedicação á prole, a respeito da qual Rocha Pitta, numa feliz expressão, diz que — «o amor que este monstro tem aos filhos é também monstruoso».
A propósito, observa um escriptor que «todos os pescadores são unanimes em proclamar o entranhado aífecto e dedicação carinhosa da baleia para com o filho. O monstruoso cetáceo é também o symbolo do amor materno. Pelo filho acobarda-se, padece resignada, sacrifica a própria vida. Porisso, quando o madrijo anda acompanhado pelo baleaio,