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Página:A Reforma da Natureza (12ª edição).pdf/68

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CAPÍTULO VIII

ERA REINAÇÃO



ESTAVA O DR. ZAMENHOF naquela prosa, quando os seus auxiliares vieram contar que tinham descoberto o minhocão.

— Animal esquisitíssimo! — disseram eles. — Em tudo igual a uma minhoca, mas com seis pernas que o deixam completamente atrapalhado. Os pares de pernas estão a cinco metros de distância um do outro, de modo que no intervalo o corpo do minhocão bambeia. Uma perfeita montanha russa, sobe, desce, sobe, desce, Isso faz que ele não consiga mover-se, nem penetrar na terra. Não entendemos o fenômeno. . .

— Hão de ser pernas postiças — lembrou Emília.

— Parece que não — disseram os homens. — A forma dessas pernas lembra as do monstro que encanudamos. Mais do que lembram: são iguaizinhas. Parece até que alguém arrancou as pernas de um para botar no outro.

— Ahn! — exclamou o Dr. Zamenhof. — Deve ser isso mesmo. É por isso que a centopeia gigante só tem noventa e quatro pernas. As seis que faltam foram parar na minhoca. Mas o fenômeno me é totalmente incompreensível. Em tudo isto paira um grande mistério...

Emília olhou para o Visconde com o rabo dos olhos.

Nesse mesmo dia os investigadores apanharam a primeira formiga-tatu, e ao trazerem-na para a casa de Dona Benta, o assombro foi geral.

— Nossa Senhora! — exclamou tia Nastácia. — É tal e qual as saúvas que comem as nossas roseiras, mas dum tamanho que nunca vi. Credo!

Os ferrões pareciam braços abertos. Pedrinho experimentou-os com uma cana. O formigão fechou o ferrão e atorou a cana. Fizeram uma gaiola e puseram-no dentro.

No dia seguinte foi caçada a segunda formiga, e essa ainda mais monstruosa que a primeira, pois tinha um extraordinário desenvolvimento das mandíbulas e das pernas dianteiras. Era quase que só mandíbulas e pernas dianteiras.