rua das Duas Irmãs. Ahi (murmurou elle) eu veria, pendurada sobre a porta d’uma lojinha discreta, uma pesada mão de pau, tosca e rôxa — e por cima, em taboleta negra, estes dizeres convidativos a ouro: «Miss Mary, Luvas e Flores de Cera.» Era esse o refugio que elle aconselhava ao meu coração. Ao fundo da rua, junto d’uma fonte chorando entre arvores, havia uma capella nova onde a minha alma acharia consolação e frescura.
— E diga o cavalheiro a miss Mary que vai de mandado do Hotel das Pyramides.
Puz uma rosa ao peito — e sahi, ovante. Logo da entrada das Duas Irmãs avistei a ermidinha virginal, dormindo castamente sob os platanos, ao rumor meigo da agua. Mas o amantissimo patriarcha S. José estava certamente, a essa hora, occupado em receber jaculatorias mais instantes, e evoladas de labios mais nobres: não quiz importunar o bondosissimo santo; — e parei diante da mão de pau, pintada de rôxo, que parecia estar alli esperando, alongada e aberta, para empolgar o meu coração.
Entrei, commovido. Por traz do balcão envernizado, junto a um vaso de rosas e magnolias, ella estava lendo o seu Times, com