Cansado, fui sentar-me com Topsius n’uma pedra. Era perto da oitava hora judaica: o sol, sereno como um heroe que envelhece, descia para o mar por sobre as palmeiras de Bethania. Diante de nós o Gareb verdejava, coberto de jardins. Junto ás muralhas, no bairro novo de Bezetha, grandes panos vermelhos e azues seccavam em cordas ás portas das tinturarias; um lume vermelhejava no fundo d’uma forja; crianças corriam, brincando sobre a borda d’uma piscina. Adiante, no alto da torre Hippica, que estendia já a sua sombra sobre o valle de Hinom, soldados de pé na amurada apontavam a setta aos abutres voando no azul. E para além, entre arvoredos, surgiam, frescos e rosados pela tarde, os eirados do palacio de Herodes.
Triste, com o espirito disperso, eu pensava no Egypto, nas nossas tendas, na vela que lá me esquecera ardendo, fumarenta e vermelha — quando avistei, subindo a collina devagar, apoiado ao hombro da criança que o conduzia, o velho que já cruzáramos na estrada de Joppé, com uma lyra presa á cintura. Os seus passos arrastavam-se mais incertos, na fadiga d’uma jornada penosa; uma tristeza abatia-lhe sobre o peito a clara barba ondeante; e