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Página:A Relíquia.djvu/428

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— Commigo te has de vêr sempre, filho! tartamudeou a horrenda senhora, enlevada.

Beijei-lhe a mão, sellando este pacto de que a Magistratura e a Egreja eram veridicas testemunhas. Depois, retomando o martello:

— E agora, para que cada um esteja prevenido e possa fazer as orações que mais lhe calharem, devo dizer o que é a Reliquia...

Tossi, cerrei os olhos:

— É a Corôa d’Espinhos!

Esmagada, com um rouco gemido, a titi aluiu sobre o caixote, enlaçando-o nos braços tremulos... Mas o Margaride coçava pensativamente o queixo austero; Justino sumira-se na profundidade dos seus collarinhos; e o ladino Negrão escancarava para mim uma bocaça negra, d’onde sahia assombro e indignação! Justos céos! Magistrados e Sacerdotes evidenciavam uma incredulidade — terrivel para a minha fortuna!

Eu tremia, com suores — quando padre Pinheiro, muito sério, convicto, se debruçou, apertou a mão da titi a felicital-a pela posição religiosa a que a elevava a posse d’aquella Reliquia. Então, cedendo á forte auctoridade liturgica de padre Pinheiro, todos, em fila, n’uma muda congratulação, estreitaram os dedos da babosa senhora.