era o padre Casimiro, procurador da titi: dava-me abraços risonhos; convidava-me a declinar arbor arboris, currus curri; proclamava-me com affecto «talentaço.» E o outro ecclesiastico elogiava o collegio dos Isidoros, formosissimo estabelecimento de educação, como não havia nem na Belgica. Esse chamava-se padre Pinheiro. Cada vez me parecia mais moreno, mais triste. Sempre que passava por diante d’um espelho, deitava a lingua de fóra, e alli se esquecia a estical-a, a estudal-a, desconfiado e aterrado.
Ao jantar o padre Casimiro gostava de vêr o meu appetite.
— Vai mais um bocadinho da vitellinha guisada? Rapazes querem-se alegres e bem comidos!...
E padre Pinheiro, palpando o estomago:
— Felizes idades! Felizes idades em que se repete a vitella!
Elle e a titi fallavam então de doenças. Padre Casimiro, córadinho, com o guardanapo atado ao pescoço, o prato cheio, o copo cheio, sorria beatificamente.
Quando, na praça, entre as arvores, começavam a luzir os candieiros de gaz, a Vicencia punha o seu chale velho de xadrez e ia levar-me ao collegio. A essa hora,