carruagem, tem casa em Lisboa, tomou a Adelia por conta...
— Que Adelia?
— Uma de boas carnes, que esteve com o Eleuterio... Depois esteve muito era segredo com um basbaque, um bacharel, não sei quem...
— Sei eu.
— Pois essa! Tem-n’a por conta o Negrão, com luxo, tapete na escada, cortinas de damasco, tudo... E está mais gordo. Vi-o hontem, vinha de prégar... Pelo menos disse-me que «sahia de S. Roque esfalfado de dizer amabilidades a um diabo d’um Santo!» Que o Negrão ás vezes é engraçado. E tem bons amigos, lábia, influencia em Torres... Ainda o vemos Bispo!
Recolhi á minha familia, pensativo. Tudo o que eu esperára e amára (até á Adelia!) o possuia agora legitimamente o horrendo Negrão!... Perda pavorosa! E que não proviera da troca dos meus embrulhos, nem dos erros da minha hyprocrisia.
Agora, pai, commendador, proprietario, eu tinha uma comprehensão mais positiva da vida: e sentia bem que fôra esbulhado dos contos de G. Godinho simplesmente por me ter faltado no Oratorio da titi — a coragem d’affirmar!