Elle chama-se Macieira... O Macieira vesgo. É para S. José saber.
Toda a noite vagueei pela cidade, adormecida na molleza do luar de julho. E por cada rua me acompanharam sempre, fluctuantes e transparentes, duas figuras, uma em camisa, outra de capa á hespanhola, enroscadas, beijando-se furiosamente — e só desligando os beiços pisados para rirem alto de mim e para me chamarem carola.
Cheguei ao Rocio quando batia uma hora no relogio do Carmo. Ainda fumei um cigarro, indeciso, por debaixo das arvores. Depois voltei os passos para a casa da Adelia, vagaroso, e com medo. Na sua janella vi uma luz enlanguecida e dormente. Agarrei a grossa aldraba da porta, — mas hesitei com terror da certeza que vinha buscar, terminante e irreparavel... Meu Deus! Talvez a Marianna, por vingança, calumniasse a minha Adelia! Ainda na vespera ella me chamára riquinho, com tanto ardor! Não seria mais sensato e mais proveitoso acreditar n’ella, tolerar-lhe um fugitivo transporte pelo snr. Adelino, e continuar a receber egoistamente o meu beijinho na orelha?
Mas então á idéa lacerante de que ella tambem beijava na orelha o snr. Adelino, e que o snr. Adelino também dizia ai! ai!