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Página:A Viuva Simões.djvu/15

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Silenciosas, no meio das águas profundas e aniladas, as Fortalezas de Santa Cruz e da Laje viam-se distintamente, na sua triste cor de granito umedecido e velho. Na de Santa Cruz, poder-se-iam contar as seteiras da casamata, como órbitas vazias; nos recifes da Laje, a onda, embora branda, punha rendilhações brancas, de espuma salitrosa; e lá ao fundo, na barra, como outras sentinelas igualmente firmes e igualmente poderosas, levantavam os seus dorsos redondos, duas ilhas em tudo semelhantes, como dois irmãos gêmeos.

As montanhas sucediam-se, esmeraldinas, escuras, azuladas ou violáceas conforme o grau de distância e a luz que as feria, e para além das ilhas o mar estendia-se, até confundir-se no horizonte num tom enfumaçado e compacto.

A areia do jardim rangeu e a viúva voltou para a rabeca. Era a Simplícia, que ia lépida, de saias engomadas, procurando cravinas para enfeitar a carapinha, já amarrada com uma fita azul. Quando passou rente à janela, a viúva sentiu o cheiro das suas essências exageradamente impregnadas na mulatinha; fechou os olhos, sentindo preguiça de ralhar por aquela confiança...

A rapariga rabeou ligeira por entre os canteiros e sumiu-se.

O barco de vela ia também ligeiro, como uma asa branca cortando o azul, e a moça seguia-o, pensativa, lembrando fatos...